quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A volta do trem


No século passado, o desenvolvimento do Brasil foi calcado nas rodovias. Indo na contramão do ambientalmente correto, deixamo-nos influenciar por países como os EUA que, ainda hoje, não desenvolveram suas ferrovias como a Europa fez. Neste século, o Brasil começa a voltar às ferrovias.

"Governar é abrir estradas" - Essa frase foi a frase símbolo de Washington Luís quando governou o Estado de São Paulo na década de vinte. Naquela época isso se justificava pois para povoar o Estado era necessário construir caminhos onde não os havia.

Mais adiante, no final da década de cinquenta, o presidente Juscelino Kubitschek continuou essa tradição rodoviarista. Era importante abrir estradas mas, por uma forte influência dos EUA, não desenvolvemos a malha ferroviária como deveríamos. Em favor do presidente JK, registre-se que foi em seu governo que o Brasil ganhou a RFFSA (Rede Ferroviária Federal), estatal que tinha por objeto o desenvolvimento da malha ferroviária nacional. Mas talvez o presidente Juscelino não tenha encontrado condições políticas e econômicas de fazer da RFFSA um motor mais efetivo de desenvolvimento e integração nacional.

Do ponto de vista ambiental e energético, a ferrovia é muito melhor do que a rodovia. É uma questão de usar a energia disponível de maneira sustentável. No entanto, as ferrovias que tínhamos não eram, nem de longe, suficientes para nossas necessidades. Apesar de tudo, tínhamos ferrovias.

Na década de 90, tudo mudou. O Brasil deu prioridade absoluta à rodovia. Isso foi um desastre. Rodovias exigem um agressivo desmatamento, carros são poluentes. E transportar produtos em caminhões num país do tamanho do Brasil é absolutamente antieconômico. O chamado "custo Brasil" cresceu desmesuradamente ao optarmos pelo transporte rodoviário. Boa parte do preço que pagamos pelas mercadorias é transporte.


O Governo Federal está aportando recursos, há alguns anos, para a reconstrução da malha ferroviária brasileira, praticamente destruída nos anos 90s.


Fazem parte dessa recuperação a Ferrovia Norte-Sul, a Ferrovia TransNordestina e o Trem Bala ligando Campinas ao Rio de Janeiro.

No nível dos governos estaduais, registre-se a construção, na região sul do Brasil, da Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná Oeste).

Como já dissemos aqui, energia é uma questão de produção, mas também de consumo racional. Transporte ferroviário (e metroviário) é extremamente econômico do ponto de vista de energia.

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