terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Carro elétrico exige muita energia

Reva, o carro elétrico indiano - site dessa imagem
O debate sobre energias renováveis muitas vezes é amalgamado com o debate ideológico. É bom que isso aconteça, pois as pessoas têm seus conceitos, e não é correto alguém fingir que não os tem.

O debate sobre a Usina de Belo Monte foi um exemplo interessante em que alguns tentaram posar de isentos quando, na verdade, há diversos interesses em jogo. O carro elétrico, se adotado em massa no Brasil, exigirá a construção de cinco usinas iguais às de Belo Monte. É isso que impede sua adoção, ainda.

A questão, o dilema, é o seguinte: a geração hidrelétrica, mesmo sendo considerada uma energia sustentável, causará mais danos ou menos danos ao meio ambiente do que milhões de veículos movidos a petróleo?

Inevitavelmente, teremos que optar por outros combustíveis. O petróleo se tornará raro e caro. Melhor usá-lo para fabricar fertilizantes, tecidos, lubrificantes e plásticos, ao invés de queimá-lo. O país ganhará mais usando-o assim, tanto em termos econômicos como em termos ambientais.

Mas qual a energia que substituirá o petróleo? Com certeza, uma parte dela virá dos biocombustíveis. Como já frisamos aqui, o Brasil é o maior produtor mundial de biocombustíveis. E também o maior consumidor. Também aqui, temos que nos perguntar: mesmo sendo o biodiesel e o etanol combustíveis sustentáveis, não é ainda melhor usar eletricidade? Quanto isso custará?

Certamente, é muito mais caro (para o país e para o consumidor) utilizar o carro elétrico. Provavelmente também é mais oneroso ao meio ambiente. Tanto o biodiesel quanto o etanol, ao serem produzidos, retiram CO2 da atmosfera. A eletricidade não. Além disso, a produção de biocombustíveis gera, como subproduto, eletricidade!

O debate continua. Nos próximos meses, voltaremos ao assunto.



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