sábado, 26 de novembro de 2011

O que retira CO2 da atmosfera?


Existe uma discussão, no mundo, sobre o aquecimento global. A questão discutida é: existe ou não aquecimento global? A extrema-direita dos EUA garante que não, que é "invenção de comunistas para deter o progresso dos EUA". O governo chinês também garante que aquecimento global não existe que é "invenção de capitalistas para deter o progresso da China".

E, assim, as nações continuam produzindo quantidades colossais de CO2 (dióxido de carbono) e despejando-o na atmosfera, como se não houvesse amanhã. Mas, ao contrário do que dizia o poeta Renato Russo, na verdade há o amanhã. E nós provavelmente estaremos nele.

O CO2 produz o chamado efeito-estufa, isto é,  a retenção do calor do planeta, impedindo-o de se irradiar para o espaço. O CO2 faz, portanto, o mesmo papel que o telhado transparente desempenha nas estufas de plantas tropicais, daí o nome do fenômeno.

Nos países do hemisfério norte, a produção de eletricidade é, em grande parte, através da queima de carvão. Isso é terrível, pois são bilhões de toneladas de CO2 despejadas, diariamente na atmosfera.

A principal forma de retirar CO2 da atmosfera é através do plantio de árvores. Os vegetais, para crescer, usam esse CO2, e esse carbono é incorporado às fibras do tronco e das folhas. As algas presentes nos oceanos fazem a mesma coisa, numa escala descomunal.

Infelizmente, as florestas do mundo estão sendo devastadas. Principalmente as dos países "desenvolvidos", que já foram quase que totalmente eliminadas da face da Terra. Quanto aos oceanos, lamentavelmente, o aquecimento e a poluição dos oceanos desequilibrou o ecossistema marinho de uma forma que ainda não compreendemos totalmente. Estudos a respeito estão em andamento.Mas é provável que os oceanos tenham reduzido seu poder de retirar CO2 da atmosfera.

O primeiro passo que, pelo menos, não joga ainda mais CO2 na atmosfera, é mudar a matriz energética dos países do hemisfério norte. Não há planeta que aguente tanto carvão sendo queimado para aquecer as casas no inverno ou prover eletricidade para os condicionadores de ar no verão.

Aqui no hemisfério sul ainda usamos eletricidade proveniente de termoelétricas a diesel e a carvão. Temos que zerar isso.

Não podemos nos esquecer dos combustíveis que movem nossos veículos. Se são combustíveis fósseis - petróleo, por exemplo - eles jogam CO2 na atmosfera. Teremos que substituir os combustíveis fósseis por biocombustíveis. O petróleo será usado apenas para produzir fertilizantes, lubrificantes, tecidos e plásticos.

O Brasil é campeão mundial na produção de biocombustíveis. E também é o maior consumidor. Nosso país é um dos poucos no mundo que já produz comercialmente carros que podem funcionar apenas com etanol de cana-de-açúcar.

Voltaremos a essa questão do CO2 e do aquecimento global. É fundamental que a humanidade equacione seu desenvolvimento com a baixa emissão de dióxido de carbono. É o nosso futuro que está em jogo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Trator aquático


Este artigo é sobre uma invenção brasileira que, em breve, nós veremos circulando pelos rios brasileiros.

É o trator aquático, um veículo revolucionário, extremamente econômico, versátil e ecologicamente sustentável.

Trata-se de um rebocador, isto é, ele não se destina, prioritariamente, a carregar peso SOBRE ele, mas sim a tracionar grandes barcaças, levando, aí sim, muito peso. 

O site oficial é, ainda, provisório, apenas uma apresentação básica. Nessa exposição das características do veículo, somos informados de que o uso de combustível é extremamente reduzido em comparação aos rebocadores convencionais. Além disso, por não ter um calado - parte lateral dos barcos, que mergulha parcialmente na água - o trator aquático reduz a agressão à fauna e folha dos rios e lagos.

É, portanto, uma alternativa ambientalmente vantajosa. Além disso, conforme nos informa a assessoria da equipe ligada ao trator aquático, esses veículos poderão ser movidos com 100% de biodiesel em seus motores.

Já foi construído um modelo em escala do trator aquático, e ele se mostrou plenamente funcional. O próximo passo será a construção de um protótipo em tamanho real.

O criador do veículo está convidando investidores que queiram participar desse projeto promissor. Imagine-se o mercado imenso para um produto que é extremamente vantajoso em termos de economia, produtividade e sustentabilidade ambiental.

O site do produto é www.tratoraquatico.com.br/. Lá está, com maior detalhamento, as características do produto. Também há, no YouTube, uma palestra sobre o veículo, ministrada em reunião de empresários no Espirito Santo.



Simplificar e baratear é preciso

Site dessa imagem


No artigo anterior, falamos sobre a necessidade imperiosa de baratear custos para as energias alternativas e para as atitudes e hábitos sustentáveis. Isso é imperioso, como dissemos, num mundo capitalista. Grande parte das empresas faz marketing e declara: "estamos produzindo de forma ecologicamente correta". Mas, boa parte das vezes não é verdade.

A redução de custos tem a ver, também com simplicidade, com colocar os pés no chão. Por exemplo, alguns ficam encantados quando, nos canais de tv a cabo, aparecem aqueles carros híbridos, meio elétricos, meio movidos a hidrogênio. Uau, que ecológico! Por que ainda não temos isso aqui no Brasil? Bem, para começar, os carros elétricos ainda são poucos em todo o mundo, pois a quantidade de eletricidade necessária para recarregar-lhes as baterias é enorme. Precisaremos construir várias usinas de Belo Monte para isso.

No entanto, muitas vezes a mesma pessoa que se encantou com o carro híbrido, abastece seu carro flex com gasolina. "É que o etanol está muito caro, não está valendo a pena". Quanto custa um carro híbrido? Na faixa de R$ 150.000,00. Quanto essa pessoa pagaria a mais para abastecer com etanol, ao invés de gasolina? Uns trocados a mais. Etanol é sustentável, ora bolas!! Reduza-se o número de pizzas e pronto!

Mas, voltando ao mundo real, vamos reconhecer que grande parte das pessoas não irá aceitar pagar a mais pelo etanol, porque a consciência ambiental delas não vai tão longe assim. A solução é baixar o preço, para que o público ache que "agora, sim, vale a pena encher o tanque com etanol". Felizmente, no caso específico dos combustíveis, provavelmente já a partir de 2012 a Petrobras produzirá - e estocará - etanol. Quando as empresas usineiras (grande parte delas multinacionais) resolverem especular com o preço do produto, alegando que é a tal entressafra, a Petrobras forçará a baixa, despejando grandes quantidades de etanol na praça. Veremos se a estratégia dá certo ou se os usineiros conseguirão uma forma de elevar o preço do álcool assim mesmo...

Outra solução muito simples, ainda para a questão do transporte, é lutar pela melhoria do transporte coletivo. Melhoria na qualidade e aumento da oferta. Na maioria das capitais brasileiras, usar o transporte coletivo é uma verdadeira aventura. Ou desventura. O resultado é que a maioria usa o carro, pois ninguém gosta de sofrer. A porcentagem dos brasileiros motorizados não passa de 15%. Bem menos do que a Europa. No entanto, lá há menos congestionamentos, pois muitos preferem usar o transporte coletivo, por comodidade. Se você tem uma estação de metrô no seu quarteirão - metrô DE QUALIDADE - e outra em frente à portaria de sua empresa, dá preguiça de tirar o carro da garagem. Aqui, dá desânimo de usar o metrô ou, pior ainda, o ônibus.

As soluções ecológicas podem ser muito sofisticadas, sim. Energia fotovoltaica, enormes geradores eólicos, lâmpadas de LED. Mas é imperioso que essa tecnologia se torne mais barata. E também é imperioso que não desprezemos as soluções simples, que estão ao nosso alcance no posto de combustível da esquina.


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A questão dos custos

Por que o mundo ainda não adotou os geradores eólicos?

Por que continuamos a queimar, sem utilizar, os gases provenientes das indústrias petroquímicas (foto)?

A resposta é uma só: custos.

Créditos da imagem: John Kasawa / FreeDigitalPhotos.net

Este site tem contato com profissional da área de geração e distribuição elétrica, que tem cargo de direção numa grande empresa da área. Essa empresa planeja utilizar energia solar fotovoltaica para iluminar um grande espaço público.

Pois bem: os estudos iniciais dos custos são desanimadores:

Custo da energia hidrelétrica: cerca de R$ 150,00 por megawatt.hora;
Custo da energia fotovoltaica: cerca de R$ 600,00 por megawatt.hora
Ou seja, a geração fotovoltaica custa quatro vezes mais. E isso, mesmo tendo a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) reduzido em 80% o imposto sobre transporte dessa energia, que é um pedágio que os elétrons pagam para circular na rede de distribuição de nosso país.
Há uma clara barreira tecnológica que, aos poucos, precisa ser rompida para baratear o custo dessa modalidade de geração elétrica.

Vivemos num país - e num planeta - capitalista. A realidade econômica é implacável com as soluções que aumentam os custos. Simplesmente não é viável. O lado positivo é que, quando uma solução é economicamente vantajosa, ela é naturalmente adotada por todos. Alguns exemplos dessa afirmação:

As lâmpadas econômicas
Créditos da foto

Os exaustores eólicos

As pilhas recarregáveis

Esses três itens foram adotados com entusiasmo, não porque as pessoas tenham consciência ecológica tão forte, mas porque elas querem sempre uma solução vantajosa economicamente para as questões do dia a dia.

Então, o desafio para os próximos anos será criar tecnologia sustentável e, ao mesmo tempo, barata. Dessa forma, estaremos garantindo que as pessoas, naturalmente, utilizarão essa tecnologia.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Energia vegetal


Existem várias formas de geração de energia a partir do sol, como vimos no artigo anterior. Algumas têm um alto grau de sofisticação tecnológica, como é o caso da geração fotovoltaica. Outras são prosaicamente simples. Entre estas estão as diversas formas de aproveitamento da energia vegetal.

Os vegetais absorvem CO2 da atmosfera e nutrientes da terra. Usando a energia do Sol, combinam esses elementos entre si, para crescer. A energia do Sol fica, então, aprisionada nas fibras vegetais, num estado que os físicos chamam de energia potencial. Essa energia é de excelente qualidade. Só para citar um uso: transformada em calor, ela pode fazer girar turbinas elétricas.

Há muito, no entanto, a humanidade abandonou a biomassa. A descoberta do petróleo, barato e abundante, desencorajou o uso de outras formas de energia. Não valia a pena economicamente. Mas agora, o petróleo é raro e caro. E, de novo, o ser humano se volta para o uso da energia vegetal, na forma de álcool, biodiesel, palha e carvão.

O Brasil é o maior produtor de biocombustíveis do mundo. E também o maior consumidor. Atualmente, a gasolina vendida em nosso país tem nada menos que 20% de álcool anidro. Em 2012 essa porcentagem voltará a ser de 25%. Quanto ao diesel, hoje ele tem uma porcentagem de 5% de biodiesel. Mas os produtores pressionam para que essa porcentagem chegue a 10% em 2012. O governo sinalizou que é simpático à medida.

As indústrias de caminhões já se preparam para, num futuro próximo, produzir motores que funcionem com 100% de biodiesel.

Por outro lado, a produção sustentável de carvão é hoje uma necessidade para o país. O site Paraná Online nos lembra que a indústria siderúrgica consome 35 milhões de toneladas de carvão por ano. Essa quantidade ciclópica pode ser suprida pela agricultura, utilizando apenas 1% das terras agricultáveis do Brasil. Tudo depende de aperfeiçoamento da tecnologia. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) tem sido referência em todo o mundo nas tecnologias de ponta nessa área, como também na área de biodiesel.

Quanto ao uso da palha vegetal, as grandes empresas agrícolas já estão avançadas nesse setor. Muitas delas utilizam a palha -  resultante de seus processos produtivos - para produzir eletricidade para suas próprias fazendas. Algumas delas conseguem uma eficiência tão grande que acabam gerando um excedente que vendem para as comunidades vizinhas. Ou seja, a empresa agrícola torna-se, também uma mini-usina elétrica.

A energia vegetal tem a vantagem de ser muito simples e não-exigente em termos de sofisticação tecnológica. O Brasil, com sua dimensão continental, cada vez está aproveitando mais essa vocação para produzir energia a partir de fontes vegetais.


domingo, 20 de novembro de 2011

O Sol e a energia


Quando falamos em energia solar, podemos estar falando, basicamente, de duas formas de energia: aquecimento solar e energia fotovoltaica.

O aquecimento solar é feito por um dispositivo simples que, colocado no telhado da residência ou empresa, recebe calor do Sol e o transfere diretamente para um reservatório d'água (às vezes cilíndrico, como nesta imagem)..


O gerador fotovoltaico é mais complexo. Ele transforma radiação solar em eletricidade por um fenômeno chamado efeito fotoelétrico (cujo estudo deu o prêmio Nobel a Einstein) e armazena essa eletricidade numa bateria.



Mas, se formos analisar as formas de geração de energia que temos na Terra, faremos uma constatação: quase todas, ao fim e ao cabo, vem do Sol.  Senão vejamos:

- energia solar - aquecimento de água através da radiação do Sol;

- energia fotovoltaica - eletricidade obtida a partir da radiação do Sol;

- energia hidrelétrica - eletricidade produzida pelos rios. Ora, mas os rios são alimentados continuamente pelo regime de chuvas. E as chuvas são o resultado da evaporação de água provocada pelo calor do sol;

- biomassa - é a forma de energia obtida pela queima de massa vegetal, em geral palha de arroz, bagaço de cana ou palha de milho. Se lembrarmos das aulas de biologia, os vegetais crescem a partir da fotossíntese, isto é, eles usam a energia solar, o CO2 e o oxigênio do ar, combinados, para se desenvolver. Portanto, sem o Sol não haveria biomassa;

- energia eólica - obtida através da força dos ventos. Só que os ventos existem devido a diferenças de temperatura entre as massas de ar, diferença essa que é provocada pelo Sol;

- etanol e biodiesel - bem, como já vimos antes, se vem de vegetais, vem do Sol.

As exceções ficam por conta de três formas de energia: a geotérmica (que aproveita o calor interno da Terra), a energia obtida das marés (que são provocadas pela gravidade da Lua) e o petróleo. Mesmo esse último é produto do calor do Sol de eras passadas, que permitiram a vida animal e vegetal de tempos pré-históricos.
 
O Sol um dia se extinguirá. Os cientistas preveem a morte do Sol para breve, daqui a uns 4 ou 5 bilhões de anos. Até lá, poderemos usar sua energia abundante para nossa evolução em harmonia com a Natureza.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Usina de Belo Monte

site da imagem: http://verdecapital.wordpress.com/

Este é um site dedicado a energias renováveis. Não poderíamos nos furtar a uma discussão sobre a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no estado do Pará, região Norte do Brasil.
Energia hidrelétrica é renovável e também é das menos poluentes e mais baratas. Isso não quer dizer que as entidades ambientalistas e as lideranças políticas não devam questionar, exigir e influenciar a construção. Mas não é razoável exigir a não construção, simplesmente porque as forças políticas que venceram as eleições são aquelas que disseram, claramente, que iriam construir Belo Monte. E venceram.

Vamos repetir: achamos, sim, que a sociedade deve influenciar o traçado das reclusas, a forma como as populações ribeirinhas serão cuidadas, e como serão compensados os danos ao meio ambiente que sempre existem, seja tratando-se de energia hidrelétrica, eólica, solar, etc.

A sociedade como um todo falhou, nas últimas quatro décadas, em estabelecer uma relação melhor entre o ser humano e o meio ambiente. A tecnologia começou a avançar de maneira cada vez mais acelerada e não houve preocupação com as consequências ao meio ambiente.

Agora é que essa consciência ambiental começa a influenciar as decisões. Mas os efeitos positivos dessa mudança de atitude só serão mais efetivos daqui a 30 anos.

Aliás, 30 anos é justamente o tempo em que a Usina de Belo Monte vem sendo pensada. E só agora será construída.

Por exemplo, os investimentos do governo brasileiro em energia eólica são recordes. Mas eles só serão sentidos daqui a 20 ou 30 anos. Outra vez nos deparamos com esse prazo de décadas, pois é preciso instalar fabricantes dos geradores no Brasil, é preciso ter aço de tipo específico, é preciso ter um regime de ventos adequado.

O site http://www.eolicario.com.br/mapa_eolico_do_brasil.html tem mais dados sobre isso. Na página inicial do site há o link do mapa eólico de cada região. Locais onde no mapa eólico estiver na cor verde são inviáveis para energia eólica, pois a média anual é muito baixa, o ideal são cores como o laranja, vermelho e roxo. Nota-se que a maior parte da região sudeste e norte não tem grande potencial para energia eólica. É claro que esse "potencial" depende, também, do aperfeiçoamento da tecnologia dos geradores eólicos. Por isso, nesse momento, se fôssemos substituir Belo Monte por geradores eólios, teríamos as seguintes equações (dica do internauta Alberto Porém):

Belo Monte deverá gerar cerca de 11 mil megawatt. Isso equivaleria a mais de 3200 geradores eólicos. Cada um exige uma área de 35 hectares limpos, sem árvores, só com vegetação rasteira. Pois bem, fazendo as contas, precisaríamos de uma área de 1.123 Km². A título de comparação o município de São Paulo tem 1.522 Km². 

Qual seriam os custos dessa loucura? O campo eólico de Osório-RS irá gerar 150 Mw e custou R$ 465 milhões. Fazendo novamente as contas (ah, se não dependêssemos das contas) teríamos um custo de R$ 35 bilhões, afora o custo social de desmatar uma área quase do tamanho da cidade de São Paulo.

Os carros elétricos são muito menos poluentes do que os movidos a petróleo. Mas eles só serão viáveis se nossa produção elétrica aumentar drasticamente. Um carro elétrico sendo recarregado não é a mesma coisa que um notebook sendo recarregado. O consumo de energia das baterias dos carros elétricos é ENORME. Precisamos de mais usinas hidrelétricas como Belo Monte.

Quanto à energia nuclear, os desastres que já ocorreram na História mostram que não é uma boa alternativa.
A energia hidrelétrica é uma das menos agressivas ao meio ambiente. Mas precisamos pensar de uma forma mais aberta. Temos que utilizar energia eólica, solar, energia de biomassa, hidrelétrica, geotérmica, etc. Não podemos rejeitar nenhuma dessas formas de produção.
Repetindo, o investimento em energia eólica no Brasil é recorde. Mas o que se investe agora dará frutos daqui a 20 anos. E não há como parar um país por 20 anos.

A melhor alternativa, na visão deste site, é a energia gerada localmente. É a chamada geração distribuída. Trata-se da produção de energia na própria residência, empresa ou condomínio, assunto de que trataremos bastante neste espaço virtual. Mas também aqui precisamos de muito trabalho para conscientizar a população, as autoridades e as empresas. As placas fotovoltaicas ainda rendem pouco. Os geradores eólicos residenciais ainda são caros.

Junto com a geração distribuída, há que se melhorar o rendimento dos aparelhos eletro-eletrônicos. É preciso substituir, gradualmente, os monitores antigos, de tubo, por monitores de LED, por mais custosa que essa substituição seja para o ambiente. É preciso substituir TODAS as lâmpadas incandescentes de nossas cadas por lâmpadas econômicas ou de LED. É preciso utilizar aquecimento solar para a água de nosso banho e de nossas torneiras de água quente.

É um longo caminho a percorrer, mas já demos muitos passos na direção certa. O Brasil, felizmente, tem uma matriz energética predominantemente hídrica, ao contrário dos países do Hemisfério Norte, que queimam carvão (queimam carvão!!) para produzir eletricidade.

Mas, em nosso mundo capitalista, os passo têm que ser viáveis economicamente.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Consciência ecológica

Imagem: xedos4 / FreeDigitalPhotos.net

Contarei um episódio ocorrido esta semana. Um episódio banal, mas que nos diz muito sobre a (falta de) consciência ecológica das pessoas.

Estávamos, eu e minha amiga e sócia Cristina, passando pelo caixa de um supermercado. Tanto eu como ela costumamos evitar o uso de sacolas plásticas. Além disso, evitamos até mesmo aqueles saquinhos transparentes que ficam disponíveis junto às frutas e legumes. Se ela vai comprar, digamos 4 batatas, não é necessário colocar naqueles saquinhos.

Muitas pessoas fazem diferente: usam saquinho transparente para colocar UMA berinjela. Depois, no caixa, colocam a berinjela, já ensacada, na sacola plástica fornecida pelo caixa. E saem do supermercado como se não tivessem cometido um atentado contra a Natureza.

Cristina comprou quatro batatas, colocou no carrinho, e foi para o caixa. Ao ver as batatas soltas no carrinho, um senhor, querendo ser gentil, trouxe o famigerado saquinho transparente, dizendo:

- As batatas estão soltas. Coloque no saquinho.

Ao que Cristina respondeu:

- Agradeço a gentileza, mas evito usar sacos plásticos sem necessidade. A moça do caixa pesa as batatas soltas mesmo.

O gentil senhor ficou muito espantado, e fez uma expressão de quem não se conformara com aquela resposta, embora tenha silenciado.

Fico imaginando o que vai na cabeça das pessoas quando exercem suas atividades do dia a dia. Será que não assistiram a NENHUM programa de tv falando sobre meio-ambiente, lixo, aquecimento global? Será que assistiram, sim, mas fingiram que o assunto nada tinha a ver com eles?

Há algumas décadas atrás, nos EUA, uma empresa produtora de laranjas resolveu vender laranjas descascadas. A meta era estimular o consumo, evitando que o consumidor tivesse o enorme trabalho de descascar a laranja. Então precisaram criar uma embalagem para a fruta. Fizeram-na de plástico. Mas isso criou um problema: as laranjas mofavam, devido à falta de porosidade do plástico. Então substituíram o plástico por celofane, que é um material que permite a passagem de umidade. Não deu certo, pois as laranjas secavam rapidamente. Até que alguém questionou a necessidade de vender laranjas descascadas. E o projeto de laranjas sem casca foi abandonado. A empresa concluiu que a melhor embalagem para uma laranja é sua casca.

Imagine-se quantos milhões de toneladas de embalagens teriam virado lixo se a ideia da laranja descascada fosse adiante.

A humanidade é de uma estupidez pandêmica. Talvez seja preciso um enorme chacoalhão que a Mãe Natureza venha a nos dar para fazer as pessoas acordarem de seu transe hipnótico. Mas eu preferiria que elas acordassem sem esse chacoalhão. Não quero um cenário como o do filme O Dia Depois de Amanhã. Prefiro que a humanidade, gradualmente, se dê conta de que moramos num planeta pequeno e frágil, que precisa ser bem cuidado.


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Boas notícias

O Brasil tem a energia eólica mais barata do mundo 
Imagem: dan / FreeDigitalPhotos.net
"No último leilão, o MW/h da eólica saiu por cerca de R$ 100; o da térmica, por R$ 140. Furnas e Eletrosul, de olho no mercado de energia renovável, investirão na força dos ventos", diz Luiz Pinguelli Rosa, diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ)

Considerando que o entrave para a energia eólica é o preço, sem dúvida trata-se de uma boa notícia.

Naturalmente, estamos falando de fazendas eólicas, ou seja, um vasto campo com muitos geradores. Se pensarmos em geração eólica distribuída, ou seja, em uma residência, empresa ou condomínio, o preço cai ainda mais.

Integração solar e eólica

Imagem: digitalart / FreeDigitalPhotos.net
Recentes estudos mostram a viabilidade da integração entre energia solar e eólica. É uma integração lógica pois, como nos diz o senso comum, quando não há sol, há vento.

Na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), pesquisadores liderados pelos professores Adriano Moehlecke e Izete Zanesco desenvolveram uma tecnologia para a produção em escala comercial de células solares e de módulos fotovoltaicos. O grupo desenvolveu, em parceria com empresas como Eletrosul, Petrobras e Companhia Estadual de Energia Elétrica do RS (CEEE) uma planta-piloto com 12 mil células e 200 módulos. O plano de negócios apontou a viabilidade econômica do projeto. “Procuramos investidores porque o projeto exige fortes investimentos em P&D, típico de indústrias de alta tecnologia”, explica Moehlecke. Mais detalhes aqui.

Potencial da biomassa

Imagem: jannoon028 / FreeDigitalPhotos.net
Estudos mostram que a eletricidade produzida com resíduos vegetais poderão gerar um terço de toda a eletricidade consumida no Brasil. Bagaço de cana, palha de arroz e restos de milho são materiais que liberam grande quantidade de energia na queima.

A biomassa é muito barata, quase gratuita. A "dificuldade" é apenas o transporte até as usinas. A exceção fica por conta do bagaço de cana, pois as empresas produtoras de açúcar e álcool também mantêm usinas elétricas no próprio local de processamento da cana. Com isso, produzem eletricidade para o funcionamento das fazendas e ainda vendem o excedente.

A eletricidade produzida por biomassa é um sinal de que, além das pesquisas mais sofisticadas, de energia fotovoltaica, lâmpadas mais econômicas, podemos nos voltar também para as soluções mais simples, que estão ao alcance da mão.


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

casa sustentável

Você já pensou em alternativas para sua casa?

Como já comentamos aqui, o futuro é da geração distribuída. Isso se mostra verdadeiro para a energia eólica, para o aquecimento solar, para a energia fotovoltaica e, até mesmo, para a geração hidrelétrica.

Na figura acima vemos alguns dispositivos conhecidos, outros nem tanto. O mais conhecido é o simpático exaustor eólico que vemos nos telhados de fábricas e comércio. Trata-se de uma estrutura bojuda que é, na verdade, um catavento de eixo vertical. Ao girar, ele move o exaustor. Isso resulta em grande economia energética, já que não utiliza eletricidade.

O gerador eólico de eletricidade é, também conhecido, mas na sua versão gigante, nas chamadas fazendas eólicas. A geração de energia eólica em residências, prédios e indústrias tem a vantagem de não necessitar de rede de fios para distribuição. Ela é gerada, armazenada e consumida num único local.

O armazenamento da energia é feito por grandes baterias, como a que está junto à placa fotovoltaica (a placa feita de retângulos azulados). Ele acumula energia e a libera já formatada para acionar nossos aparelhos eletro-eletrônicos, ou seja, com voltagem de 110 / 220 volts, corrente alternada.

O objeto que parece uma cadeira de praia é o fogão solar, extremamente eficiente em dias ensolarados. Falaremos mais dele em outros artigos.

E temos o aquecedor solar, com seu reservatório cilíndrico, que reduz drasticamente o gasto com eletricidade, já que os nossos chuveiros elétricos são os grandes comilões da casa.

A verdade, neste momento histórico, é que as pessoas só aderem a alternativas energéticas se elas forem monetariamente vantajosas. E mesmo assim, o investimento inicial tem que ser muito baixo para que um número signficativo de lares (ou indústrias) invistam em energias renováveis. Um bom exemplo disso é o exaustor eólico, que é amplamente utilizado, pois é barato e fácil de instalar.

Por que os lares brasileiros, principalmente no sul-sudeste, ainda usam chuveiros elétricos? Um dos motivos é que nossa eletricidade ainda é muito barata, por ser de geração majoritariamente hidrelétrica. Não fosse isso, já teríamos substituído os chuveiros e torneiras elétricas por aquecedores solares. No entanto, esses aquecedores exigem um investimento inicial que está acima da capacidade de boa parte dos brasileiros. É uma pena pois, no máximo em dois anos esse investimento retornaria ao bolso de quem o realizou e, dali em diante, o aquecedor elétrico daria um bom retorno mensal à família que o adotou.

Este site-blog falará, detalhadamente, desta e de outras alternativas energéticas. Você ainda terá algumas destas em casa, se é que já não tem...


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Créditos de carbono

O direito de poluir


Os créditos de carbono são a típica quantização de tudo que existe em nossa sociedade. Nos dias de hoje, tudo pode ser "comprado", segundo os cânones do neoliberalismo.


Assim, uma empresa poluidora pode "compensar" o mal que faz ao meio-ambiente comprando, de outra empresa, um produto chamado "créditos de carbono".

Digamos, por exemplo, que uma empresa emita, por suas chaminés, gases que contribuem para o chamado "efeito estufa", ou seja, aceleram o aquecimento global. Essa empresa poluidora pode, como forma de compensação, financiar pesquisas que visem reduzir o aquecimento global.

Porém, como dizia Peter Druker, considerado um dos gurus do mundo corporativo, o importante é o que a empresa faz. Não adianta aquela empresa fabricante de cigarros distribuir cestas básicas para famílias carentes. Ela fabrica cigarros!! Ela dissemina doenças!!

Então, em princípio este site não considera os créditos de carbono uma política ambiental séria, embora reconheça que, ruim com os créditos de carbono, pior sem eles.

O que ocorre é que algumas empresas enxergam esses créditos de carbono como uma forma de comprar o direito de poluir. O planeta vem dando mostras bem claras de que as alterações climáticas já estão acontecendo. E créditos de carbono não vão resolver a situação.

É preciso encontrar outras formas de lidar com a situação ambiental. É preciso reconhecer que o ser humano está transformando radicalmente a face do Planeta, sem ter ideia clara das consequências ambientais dessa ação radical.

A Natureza se recicla, se recupera, sempre. Quando um meteoro acabou com os dinossauros, há 65 milhões de anos, a Natureza elegeu outros seres para tomar o lugar dos gigantes que pereceram. O mesmo aconteceu inúmeras vezes na História da Terra. A Natureza se recicla. Só que essa reciclagem pode significar que ela riscará a espécie humana da face da Terra.




terça-feira, 8 de novembro de 2011

Desperdício ou desvio?

As várias mortes do rio Tietê

As manchetes não deixam dúvidas: "Após 18 anos, poluição no Rio Tietê está pior". Foram 18 anos de promessas de que o rio daria inveja ao rio Sena, na França.

A despoluição consumiu nada menos do que R$ 2,8 bilhão. Parte do dinheiro foi empréstimo de um banco japonês. Mas a despoluição não foi realizada.

Nos 9 pontos avaliados em 2010 - último levantamento realizado - 4 eram péssimos e 3, ruins. Dos 6 monitorados desde o ano de 1992 - quando foi lançado o plano de despoluição - 5 estavam piores. Aliás, é o caso de se perguntar: por que não foi realizado nem mesmo monitoramento em 2011? O governo do estado desistiu do rio? Ele será, para sempre, um esgoto a céu aberto?

Na maior parte da região da Grande São Paulo, as taxas de oxigênio do rio são praticamente zero, o que inviabiliza a vida aquática.

Aliás, denúncia dos jornais dão conta de que nem mesmo a limpeza da calha do rio foi feita, embora as empresas terceirizadas encarregadas do serviço tenham sido pagas. Mas o trabalho não foi realizado.


A limpeza do fundo do rio é necessária pois as chuvas carregam para o rio toneladas de sedimentos vindos das milhares de obras da Grande São Paulo. É só passar perto de uma delas em dias de chuva para constatar que a enxurrada está vermelha de terra e areia. Tudo isso acaba sendo depositado no fundo do rio. Como esse sedimento fica invisível aos olhos, escondido pelo caldo negro que é o Tietê, os governantes acham que não é tão importante assim realizar a limpeza. Isso resulta em enchentes e, também, na redução da vazão. Ou seja, aquela "água" passa mais lentamente pelas cidades, reduzindo ainda mais a oxigenação e espalhando mau cheiro e doenças.

Além do esgoto doméstico que, na maior parte, não é tratado, há o esgoto industrial. Ao passar por pontos do rio em que há indústrias, nota-se que as galerias jogam no rio líquidos de cores exóticas, como verde, azul, bordô. Isso, obviamente, é resíduo químico industrial.

Nota-se o descaso das autoridades com os rios em vários momentos. Por exemplo, você já se perguntou por que aquele riozinho que fica dentro do Parque do Ibirapuera (dentro do Parque!!) é um esgoto, com águas pútridas e malcheirosas? Segundo denúncias, os canos de descarga dos prédios que ficam dentro do Parque (e são muitos) jogam os dejetos diretamente naquele "riacho". Prático, não?

Recentemente, foi feita a duplicação das pistas marginais do rio Tietê. O custo, que era de R$ 1 bilhão, passou para R$ 2 bilhões. A obra foi condenada por estudos técnicos diversos porque ela impermeabiliza as margens do rio, agravando o problema das enchentes. Além disso, os técnicos de trânsito alertavam que a duplicação não resolveria o problema dos congestionamentos. De fato, não resolveu. A marginal continua entupida como sempre. A questão dos engarrafamentos só será resolvida, dizem os especialistas, quando São Paulo oferecer transporte público em quantidade e qualidade, o que não é o caso hoje.

Então são três mortes do rio: não-tratamento de esgotos, não-limpeza da calha, impermeabilização das margens. Esses três erros graves terão que ser corrigidos. Água é bem precioso, e cada vez mais escasso.


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Brasil sustentável

Petrobras e as energias renováveis



Do blog da Petrobras:


A Petrobras informa que as usinas Potiguar, Cabugi, Juriti e Mangue Seco, que compõem o Parque Eólico de Mangue Seco, já estão operando comercialmente no Rio Grande do Norte. Com investimento de R$ 424 milhões, o primeiro Parque Eólico da Petrobras entrou em operação comercial oito meses antes do compromisso assumido com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Os contratos de venda de energia para as usinas foram ofertados no primeiro leilão de energia eólica, realizado em dezembro de 2009 e são válidos por 20 anos. O certame de 2009 previa que a energia gerada pelas usinas seria disponibilizada para o Sistema Interligado Nacional em 1º de julho de 2012, mas a Petrobras antecipou o cronograma e todo o parque eólico está em operação comercial desde esta terça-feira (1º de novembro), com a entrada em operação da última usina, a Juriti. A usina de Potiguar está em operação comercial desde 26 de agosto de 2011 e as usinas , de Cabuji e Mangue Seco, desde 24 de setembro de 2011 e 6 de outubro de 2011, respectivamente.

Localizadas no entorno da Refinaria Potiguar Clara Camarão, às margens da Rodovia RN 221, em Guamaré, as usinas são constituídas por 52 aerogeradores de 2 megawatts (MW) cada. Estas características fazem com que o Parque Eólico de Mangue Seco possua a maior capacidade instalada no país com este tipo de aerogerador (104 MW), suficientes para suprir energia elétrica a uma população de 350.000 habitantes.
A energia eólica é, ainda, muito cara. Porém, em regiões mais pobres, em que a eletricidade ainda não chegou, ela pode ser uma alternativa bem econômica, pois são pequenos núcleos de geração distribuída, eliminando a necessidade de grandes torres de transmissão, reduzindo o uso de fios.

Biocombustíveis

fonte desta imagem: http://www.grupoexal.com.br/exal-consultoria/recuperacao-de-etanol/
Outra inciativa que, parece, a Petrobras irá tomar, é começar a produzir etanol. O Ministério da Fazenda teria ficado muito irritado com a evidente especulação perpetrada pelos usineiros (1) sobre o preço do álcool. A cada época eles dão uma desculpa para elevar o preço do produto. Ora é a entressafra, ora é a falta de chuva, ou o excesso de chuva. Uma das soluções encontradas pelo Governo para que não haja novos sobressaltos no setor é de colocar a Petrobras no setor com força, acumulando grandes estoques reguladores. Dessa forma, o preço do etanol não ficaria mais à merce da sede de lucros das usinas.

Um passo importante para isso já havia sido dado em abril, quando o Governo editou medida provisória classificando o etanol como combustível, e não mais como produto agrícola. Com isso, o setor passou a ser regulado pela Agência Nacional de Petróleo. Também na ocasião, o Governo havia estabelecido a nova margem de mistura de etanol à gasolina, para porcentagens entre 18% e 25%. Os usineiros responderam a isso, meses depois, com uma punhalada nas costas: aumentos brutais no preço do produto. Resultado: o Governo reduziu, temporariamente, a adição de álcool à gasolina, além de ter que importar etanol, tudo para forçar a baixa dos preços.

Mas essa atitude dos usineiros gerou, no Governo, uma necessidade de achar saídas para que os eventos não se repitam novamente em 2012, com os usineiros aumentando o preço do produto, provocando, assim, pressão inflacionária.

Se se confirmar a intenção da Petrobras de produzir álcool anidro para regular preços, certamente a porcentagem permitida de etanol à gasolina subirá. Com isso, o Brasil, que já é o maior produtor e o maior consumidor de biocombustíveis do mundo, ampliará ainda mais essas marcas.

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(1) Quando se fala em "usineiros", logo vem à mente um sujeito de seus 50 anos, chapéu de cowboy e botas de cano longo. Mas não é mais esse o caso. Hoje o setor é dominado por enormes empresas multinacionais, embora ainda existam pequenos produtores.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Petróleo no paraíso

Abrolhos, um ecossistema em cima de um poço de petróleo

site original desta imagem

A Petrobras e outras empresas prospectoras descobriram petrõleo na região do Arquipélago de Abrolhos.

Abrolhos pertence ao estado da Bahia, um estado cujo litoral é rico em petróleo.

Só que essa descoberta resultou numa questão ecológica: pode-se instalar plataformas de petróleo há 50 km dos corais e da imensa vida marinha existente em Abrolhos? Isso é ético? Qual o perigo de ocorrer um vazamento de petróleo numa dessas plataformas?

A Petrobras tem mantido uma distância do arquipélago igual a 50 km de raio, o que dá um espaço de 2500 km2, conforme determina a lei. O Greenpeace quer que essa distância aumente para um raio de 300 km, totalizando uma área de proteção de 93.000 km2. Essa proposta é baseada em "estudos", dizem os dirigentes do Greenpeace.

Aqui, parte dos argumentos do Greenpeace - íntegra aqui - sobre a questão:


...a posição da Petrobras pode ser vista como um começo, porém aquém do necessário. A área de 93 mil quilômetros quadrados proposta pelo Greenpeace foi determinada por estudos científicos para evitar que acidentes de qualquer tipo contaminem a biodiversidade de Abrolhos.
A moratória afeta treze blocos de exploração de petróleo atualmente sob concessão. A Petrobras é a empresa com mais operações na região, atuando em sete blocos.

A resposta da Petrobras - íntegra no blog - foi:
A Petrobras não tem qualquer atividade ligada à busca por petróleo no raio de 50 quilômetros, que define os limites legais da área de proteção ambiental do Parque Nacional Marinho de Abrolhos. As concessões exploratórias citadas estão fora da área de restrição legal do Parque Nacional Marinho de Abrolhos. O campo de Peroá, o mais próximo do Parque de Abrolhos, no litoral do Espírito Santo, está localizado a 165 quilômetros do seu limite. E o de Camarupim, também na costa do Espírito Santo, localiza-se a 216 quilômetros do Parque de Abrolhos. Ambos são campos de produção de gás.
Este blog é radicalmente a favor da preservação do meio-ambiente. Vamos seguir acompanhando este caso, mostrando os argumentos de todos, para chegarmos a uma conclusão.


terça-feira, 1 de novembro de 2011

A energia que vem do lixo

O problema do lixo pode virar solução



Há uma frase do ambientalista Al Gore que ficou famosa: "Acho que existem coisas que eles não estão nos contando".

Essa frase cai como uma luva, por exemplo, na questão do lixo.Todos os dias produzimos milhares, milhões, bilhões de toneladas de lixo. Mas, como num passe de mágica, ele é tirado de nossas vistas. Colocamos os sacos de lixo na calçada e ele desaparece para sempre.

Mas não há mágica. Os chamados lixões são um câncer, no Brasil e no mundo. O problema se agrava cada vez mais. O que "eles não estão nos contando" é que a situação é insustentável. Estamos acumulando lixo numa velocidade gigantesca, muito maior do que a decomposição natural desse lixo. Os plásticos levam dezenas ou centenas de anos para se decompor. Nós os produzimos às toneladas por minuto.

Recentemente, em São Paulo, os consumidores descobriram que o Shopping Center Norte havia sido construído num antigo lixão. Resultado: o vazamento de gás metano, vindo dos subterrâneos, provocou a interdição do Shopping por alguns dias, até que a direção do estabelecimento se comprometesse a instalar um sistema de escoamento seguro desse gás.

No Rio de Janeiro, favelas são construídas sobre lixões aterrados. O resultado é trágico, com desmoronamentos nos períodos de chuva. O poder público jamais poderia permitir isso. Aliás, o poder público (estadual e federal) tem obrigação de prover moradia digna a todos os cidadãos.

Caminhamos para transformar o planeta num grande lixão? Talvez não, se adotarmos estratégias inteligentes. Podemos transformar o problema em solução. O lixo tem um enorme potencial energético. 

- Solução 1 - No Rio de Janeiro, Henrique Saraiva fundou a empresa Usinaverde, que se instalou (em regime de comodato) num terreno da Universidade Federal Fluminense. Junto com antigos colegas engenheiros do Centro de Pesquisas da Petrobrás - Cenpes , e com a participação da Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro - Comlurb, que entrega cerca de 30 toneladas de lixo por dia, para ser queimado e transformado em energia elétrica.

- Solução 2 - O gás metano é uma energia poderosa. Mesmo sem a queima do lixo, os resíduos orgânicos produzem uma quantidade de metano que, no caso do Shopping Center Norte, representou perigo de explosão. Mas adequadamente canalizado, ele gera uma quantidade enorme de eletricidade. Mas também pode ser canalizado para fogões de cozinha e usado para cozinhar, sem nenhum problema.

Uma questão importante é que a coleta seletiva, ou seja, a separação entre o lixo orgânico e o lixo reciclável, permite maior viabilidade das usinas de aproveitamento energético.

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de biocombustíveis. Que tal avançarmos mais também na produção de bioeletricidade e biogás?