sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Simplificar e baratear é preciso

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No artigo anterior, falamos sobre a necessidade imperiosa de baratear custos para as energias alternativas e para as atitudes e hábitos sustentáveis. Isso é imperioso, como dissemos, num mundo capitalista. Grande parte das empresas faz marketing e declara: "estamos produzindo de forma ecologicamente correta". Mas, boa parte das vezes não é verdade.

A redução de custos tem a ver, também com simplicidade, com colocar os pés no chão. Por exemplo, alguns ficam encantados quando, nos canais de tv a cabo, aparecem aqueles carros híbridos, meio elétricos, meio movidos a hidrogênio. Uau, que ecológico! Por que ainda não temos isso aqui no Brasil? Bem, para começar, os carros elétricos ainda são poucos em todo o mundo, pois a quantidade de eletricidade necessária para recarregar-lhes as baterias é enorme. Precisaremos construir várias usinas de Belo Monte para isso.

No entanto, muitas vezes a mesma pessoa que se encantou com o carro híbrido, abastece seu carro flex com gasolina. "É que o etanol está muito caro, não está valendo a pena". Quanto custa um carro híbrido? Na faixa de R$ 150.000,00. Quanto essa pessoa pagaria a mais para abastecer com etanol, ao invés de gasolina? Uns trocados a mais. Etanol é sustentável, ora bolas!! Reduza-se o número de pizzas e pronto!

Mas, voltando ao mundo real, vamos reconhecer que grande parte das pessoas não irá aceitar pagar a mais pelo etanol, porque a consciência ambiental delas não vai tão longe assim. A solução é baixar o preço, para que o público ache que "agora, sim, vale a pena encher o tanque com etanol". Felizmente, no caso específico dos combustíveis, provavelmente já a partir de 2012 a Petrobras produzirá - e estocará - etanol. Quando as empresas usineiras (grande parte delas multinacionais) resolverem especular com o preço do produto, alegando que é a tal entressafra, a Petrobras forçará a baixa, despejando grandes quantidades de etanol na praça. Veremos se a estratégia dá certo ou se os usineiros conseguirão uma forma de elevar o preço do álcool assim mesmo...

Outra solução muito simples, ainda para a questão do transporte, é lutar pela melhoria do transporte coletivo. Melhoria na qualidade e aumento da oferta. Na maioria das capitais brasileiras, usar o transporte coletivo é uma verdadeira aventura. Ou desventura. O resultado é que a maioria usa o carro, pois ninguém gosta de sofrer. A porcentagem dos brasileiros motorizados não passa de 15%. Bem menos do que a Europa. No entanto, lá há menos congestionamentos, pois muitos preferem usar o transporte coletivo, por comodidade. Se você tem uma estação de metrô no seu quarteirão - metrô DE QUALIDADE - e outra em frente à portaria de sua empresa, dá preguiça de tirar o carro da garagem. Aqui, dá desânimo de usar o metrô ou, pior ainda, o ônibus.

As soluções ecológicas podem ser muito sofisticadas, sim. Energia fotovoltaica, enormes geradores eólicos, lâmpadas de LED. Mas é imperioso que essa tecnologia se torne mais barata. E também é imperioso que não desprezemos as soluções simples, que estão ao nosso alcance no posto de combustível da esquina.


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