sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Usina de Belo Monte

site da imagem: http://verdecapital.wordpress.com/

Este é um site dedicado a energias renováveis. Não poderíamos nos furtar a uma discussão sobre a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no estado do Pará, região Norte do Brasil.
Energia hidrelétrica é renovável e também é das menos poluentes e mais baratas. Isso não quer dizer que as entidades ambientalistas e as lideranças políticas não devam questionar, exigir e influenciar a construção. Mas não é razoável exigir a não construção, simplesmente porque as forças políticas que venceram as eleições são aquelas que disseram, claramente, que iriam construir Belo Monte. E venceram.

Vamos repetir: achamos, sim, que a sociedade deve influenciar o traçado das reclusas, a forma como as populações ribeirinhas serão cuidadas, e como serão compensados os danos ao meio ambiente que sempre existem, seja tratando-se de energia hidrelétrica, eólica, solar, etc.

A sociedade como um todo falhou, nas últimas quatro décadas, em estabelecer uma relação melhor entre o ser humano e o meio ambiente. A tecnologia começou a avançar de maneira cada vez mais acelerada e não houve preocupação com as consequências ao meio ambiente.

Agora é que essa consciência ambiental começa a influenciar as decisões. Mas os efeitos positivos dessa mudança de atitude só serão mais efetivos daqui a 30 anos.

Aliás, 30 anos é justamente o tempo em que a Usina de Belo Monte vem sendo pensada. E só agora será construída.

Por exemplo, os investimentos do governo brasileiro em energia eólica são recordes. Mas eles só serão sentidos daqui a 20 ou 30 anos. Outra vez nos deparamos com esse prazo de décadas, pois é preciso instalar fabricantes dos geradores no Brasil, é preciso ter aço de tipo específico, é preciso ter um regime de ventos adequado.

O site http://www.eolicario.com.br/mapa_eolico_do_brasil.html tem mais dados sobre isso. Na página inicial do site há o link do mapa eólico de cada região. Locais onde no mapa eólico estiver na cor verde são inviáveis para energia eólica, pois a média anual é muito baixa, o ideal são cores como o laranja, vermelho e roxo. Nota-se que a maior parte da região sudeste e norte não tem grande potencial para energia eólica. É claro que esse "potencial" depende, também, do aperfeiçoamento da tecnologia dos geradores eólicos. Por isso, nesse momento, se fôssemos substituir Belo Monte por geradores eólios, teríamos as seguintes equações (dica do internauta Alberto Porém):

Belo Monte deverá gerar cerca de 11 mil megawatt. Isso equivaleria a mais de 3200 geradores eólicos. Cada um exige uma área de 35 hectares limpos, sem árvores, só com vegetação rasteira. Pois bem, fazendo as contas, precisaríamos de uma área de 1.123 Km². A título de comparação o município de São Paulo tem 1.522 Km². 

Qual seriam os custos dessa loucura? O campo eólico de Osório-RS irá gerar 150 Mw e custou R$ 465 milhões. Fazendo novamente as contas (ah, se não dependêssemos das contas) teríamos um custo de R$ 35 bilhões, afora o custo social de desmatar uma área quase do tamanho da cidade de São Paulo.

Os carros elétricos são muito menos poluentes do que os movidos a petróleo. Mas eles só serão viáveis se nossa produção elétrica aumentar drasticamente. Um carro elétrico sendo recarregado não é a mesma coisa que um notebook sendo recarregado. O consumo de energia das baterias dos carros elétricos é ENORME. Precisamos de mais usinas hidrelétricas como Belo Monte.

Quanto à energia nuclear, os desastres que já ocorreram na História mostram que não é uma boa alternativa.
A energia hidrelétrica é uma das menos agressivas ao meio ambiente. Mas precisamos pensar de uma forma mais aberta. Temos que utilizar energia eólica, solar, energia de biomassa, hidrelétrica, geotérmica, etc. Não podemos rejeitar nenhuma dessas formas de produção.
Repetindo, o investimento em energia eólica no Brasil é recorde. Mas o que se investe agora dará frutos daqui a 20 anos. E não há como parar um país por 20 anos.

A melhor alternativa, na visão deste site, é a energia gerada localmente. É a chamada geração distribuída. Trata-se da produção de energia na própria residência, empresa ou condomínio, assunto de que trataremos bastante neste espaço virtual. Mas também aqui precisamos de muito trabalho para conscientizar a população, as autoridades e as empresas. As placas fotovoltaicas ainda rendem pouco. Os geradores eólicos residenciais ainda são caros.

Junto com a geração distribuída, há que se melhorar o rendimento dos aparelhos eletro-eletrônicos. É preciso substituir, gradualmente, os monitores antigos, de tubo, por monitores de LED, por mais custosa que essa substituição seja para o ambiente. É preciso substituir TODAS as lâmpadas incandescentes de nossas cadas por lâmpadas econômicas ou de LED. É preciso utilizar aquecimento solar para a água de nosso banho e de nossas torneiras de água quente.

É um longo caminho a percorrer, mas já demos muitos passos na direção certa. O Brasil, felizmente, tem uma matriz energética predominantemente hídrica, ao contrário dos países do Hemisfério Norte, que queimam carvão (queimam carvão!!) para produzir eletricidade.

Mas, em nosso mundo capitalista, os passo têm que ser viáveis economicamente.


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