quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Consciência ecológica

Imagem: xedos4 / FreeDigitalPhotos.net

Contarei um episódio ocorrido esta semana. Um episódio banal, mas que nos diz muito sobre a (falta de) consciência ecológica das pessoas.

Estávamos, eu e minha amiga e sócia Cristina, passando pelo caixa de um supermercado. Tanto eu como ela costumamos evitar o uso de sacolas plásticas. Além disso, evitamos até mesmo aqueles saquinhos transparentes que ficam disponíveis junto às frutas e legumes. Se ela vai comprar, digamos 4 batatas, não é necessário colocar naqueles saquinhos.

Muitas pessoas fazem diferente: usam saquinho transparente para colocar UMA berinjela. Depois, no caixa, colocam a berinjela, já ensacada, na sacola plástica fornecida pelo caixa. E saem do supermercado como se não tivessem cometido um atentado contra a Natureza.

Cristina comprou quatro batatas, colocou no carrinho, e foi para o caixa. Ao ver as batatas soltas no carrinho, um senhor, querendo ser gentil, trouxe o famigerado saquinho transparente, dizendo:

- As batatas estão soltas. Coloque no saquinho.

Ao que Cristina respondeu:

- Agradeço a gentileza, mas evito usar sacos plásticos sem necessidade. A moça do caixa pesa as batatas soltas mesmo.

O gentil senhor ficou muito espantado, e fez uma expressão de quem não se conformara com aquela resposta, embora tenha silenciado.

Fico imaginando o que vai na cabeça das pessoas quando exercem suas atividades do dia a dia. Será que não assistiram a NENHUM programa de tv falando sobre meio-ambiente, lixo, aquecimento global? Será que assistiram, sim, mas fingiram que o assunto nada tinha a ver com eles?

Há algumas décadas atrás, nos EUA, uma empresa produtora de laranjas resolveu vender laranjas descascadas. A meta era estimular o consumo, evitando que o consumidor tivesse o enorme trabalho de descascar a laranja. Então precisaram criar uma embalagem para a fruta. Fizeram-na de plástico. Mas isso criou um problema: as laranjas mofavam, devido à falta de porosidade do plástico. Então substituíram o plástico por celofane, que é um material que permite a passagem de umidade. Não deu certo, pois as laranjas secavam rapidamente. Até que alguém questionou a necessidade de vender laranjas descascadas. E o projeto de laranjas sem casca foi abandonado. A empresa concluiu que a melhor embalagem para uma laranja é sua casca.

Imagine-se quantos milhões de toneladas de embalagens teriam virado lixo se a ideia da laranja descascada fosse adiante.

A humanidade é de uma estupidez pandêmica. Talvez seja preciso um enorme chacoalhão que a Mãe Natureza venha a nos dar para fazer as pessoas acordarem de seu transe hipnótico. Mas eu preferiria que elas acordassem sem esse chacoalhão. Não quero um cenário como o do filme O Dia Depois de Amanhã. Prefiro que a humanidade, gradualmente, se dê conta de que moramos num planeta pequeno e frágil, que precisa ser bem cuidado.


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