quinta-feira, 1 de março de 2012

Gado na Amazônia


Para que a vida humana no planeta Terra seja sustentável (1) é preciso mudar hábitos de consumo e hábitos de utilização dos recursos naturais.

Cada cabeça de gado pesa, em média 700 kg e exige cerca de 0,34 hectare (0,34 m2) para pastagem. O agronegócio visa só uma coisa: lucro. Por isso, é comum que as empresas que são donas das fazendas abandonarem um território cujas pastagens estejam exauridas e simplesmente comprarem outra fazenda. Sai mais barato para eles do que recuperar a terra. Mas para o país e para o planeta, isso sai muito caro. Não é sustentável.

O planeta Terra é um dos menores do Sistema Solar. Não podemos mais nos dar ao luxo de exaurir milhares e milhares de quilômetros quadrados de território e, depois, abandonar essa imensa área para ocupar outra, como se fôssemos um bando de gafahotos vorazes destruindo uma plantação para, em seguida, seguir adianta em revoada.

As coisas se agravam quando o agronegócio avança, com seus tratores e motosserras, na Amazônia. Aquele ecossistema é extremamente delicado. O solo é rico mas, em muitos lugares da Amazônia, se cavarmos um ou dois metros encontramos solo arenoso. Isso acontece porque, provavelmente, a Amazônia já foi um mar em tempos pré-históricos.

Cada quilo de carne bovina exige, para ser produzido, 15.000 litros de água doce!! Só por medida de comparação: um quilo de trigo precisa de 1.000 litros de água.

Está na hora de revermos, repito, hábitos de consumo e formas de utilização de recursos naturais, como a terra, por exemplo.


(1) Este site adotou a seguinte definição de sustentabilidade: sustentabilidade é viabilidade ao longo do tempo.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A volta do trem


No século passado, o desenvolvimento do Brasil foi calcado nas rodovias. Indo na contramão do ambientalmente correto, deixamo-nos influenciar por países como os EUA que, ainda hoje, não desenvolveram suas ferrovias como a Europa fez. Neste século, o Brasil começa a voltar às ferrovias.

"Governar é abrir estradas" - Essa frase foi a frase símbolo de Washington Luís quando governou o Estado de São Paulo na década de vinte. Naquela época isso se justificava pois para povoar o Estado era necessário construir caminhos onde não os havia.

Mais adiante, no final da década de cinquenta, o presidente Juscelino Kubitschek continuou essa tradição rodoviarista. Era importante abrir estradas mas, por uma forte influência dos EUA, não desenvolvemos a malha ferroviária como deveríamos. Em favor do presidente JK, registre-se que foi em seu governo que o Brasil ganhou a RFFSA (Rede Ferroviária Federal), estatal que tinha por objeto o desenvolvimento da malha ferroviária nacional. Mas talvez o presidente Juscelino não tenha encontrado condições políticas e econômicas de fazer da RFFSA um motor mais efetivo de desenvolvimento e integração nacional.

Do ponto de vista ambiental e energético, a ferrovia é muito melhor do que a rodovia. É uma questão de usar a energia disponível de maneira sustentável. No entanto, as ferrovias que tínhamos não eram, nem de longe, suficientes para nossas necessidades. Apesar de tudo, tínhamos ferrovias.

Na década de 90, tudo mudou. O Brasil deu prioridade absoluta à rodovia. Isso foi um desastre. Rodovias exigem um agressivo desmatamento, carros são poluentes. E transportar produtos em caminhões num país do tamanho do Brasil é absolutamente antieconômico. O chamado "custo Brasil" cresceu desmesuradamente ao optarmos pelo transporte rodoviário. Boa parte do preço que pagamos pelas mercadorias é transporte.


O Governo Federal está aportando recursos, há alguns anos, para a reconstrução da malha ferroviária brasileira, praticamente destruída nos anos 90s.


Fazem parte dessa recuperação a Ferrovia Norte-Sul, a Ferrovia TransNordestina e o Trem Bala ligando Campinas ao Rio de Janeiro.

No nível dos governos estaduais, registre-se a construção, na região sul do Brasil, da Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná Oeste).

Como já dissemos aqui, energia é uma questão de produção, mas também de consumo racional. Transporte ferroviário (e metroviário) é extremamente econômico do ponto de vista de energia.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Energia eólica na China



O jornal chinês Shanghai Daily publicou, no final do ano, uma notícia considerada alvissareira: 3% da eletricidade gerada na China será, em 2015, energia eólica. O problema é que isso parece pouco. E é mesmo. Mas a verdade é que não é fácil mudar a matriz energética de um país.

Nesta semana, houve uma poluição tão grande em Pequim que obrigou as autoridades a fecharem aeroportos, devido à baixa visibilidade. Ou seja, é poluição pra México nenhum botar defeito. Então, por que esse mirrado índice de 3% merece ser notícia de jornal?

O que ocorre é que a energia eólica é extremamente cara, quase proibitiva, ainda mais para uma população majoritariamente pobre como é a da China.

E olhe que o regime de ventos na China não é dos piores. Mas o que acontece é que, em geral, a energia eólica só é viável, economicamente, no formato de geração distribuída, isto é, com pequenos geradores eólicos residenciais.

Estive na Índia e no Nepal, muitos anos atrás. Foram os dois países mais poluídos que já conheci. Acontece que quase todos os indianos cozinham queimando esterco de vaca seco (e não estou brincando), pois a lenha é caríssima e o gás é privilégio de poucos.

Além disso, o transporte público na Índia e no Nepal são absolutamente precários. O resultado é que quase todo indiano tem um carrinho ou uma motocicleta. Carros velhos e fumacentos imperam. Motos mais fumacentas ainda.

A fumaça é tanta que parece efeito especial de filme de ficção científica. No Nepal, a mesma coisa. Talvez seja, também, o caso da China. Nesta época lá é inverno. Em algumas regiões, o tempo fica muito frio e seco, mantendo a poluição perto do solo por muito tempo.

A solução, para países como a China e a Índia, é o biogás, que reduziria drasticamente a poluição. Certamente que os governos da China e da Índia estão trabalhando para melhorar a sustentabilidade da geração de energia.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Redução do consumo

Tela flexível de OLED - site dessa imagem
Há muitos anos atrás eu trabalhei com criação de peixes ornamentais (1). Um dos pontos mais importantes para manter os peixes saudáveis é a temperatura. Como são peixes tropicais, em sua maioria, é preciso que a temperatura da água fique, no mínimo, a 25º. No inverno, a temperatura externa caía para 6º ou menos. Era preciso aquecer o ambiente em que os reservatórios de água estavam. Ou manter a própria água numa temperatura ideal.

Para isso, a maioria dos criadores gastava muito dinheiro em aquecimento. Alguns usavam bujões de gás colocados num canto, com um bico de maçarico aceso quase que o tempo inteiro. Outros usavam aquecedores elétricos imersos na água. Em ambos os casos, os gastos eram enormes com a mantença do ambiente aquecido.

Quando iniciei a atividade, logo percebi que a questão não era produzir muito calor, mas conservar bem o calor. Então fiz uma estufa com paredes forradas de isopor, e telhado plástico. Tanto o isopor como o plástico são isolantes térmicos. O resultado era que eu conseguia manter a temperatura com um gasto mínimo de dinheiro (e de energia!!).

A questão da energia renovável não é só de produzir energia com eficiência, mas também utilizar com eficiência, sem desperdício. Por isso temos que colocar um olhar otimista nas novas tecnologias das tvs e da informática. Uma delas é a tela de OLED, o LED orgânico (2). Esta tecnologia permitirá fazer telas finas e flexíveis, com um gasto mínimo de material e um consumo mais mínimo ainda de eletricidade.


A parte ruim é que, uma vez criada uma nova tecnologia, as pessoas querem migrar logo para ela. É o consumismo estimulado pela nossa sociedade. A parte boa, neste caso, é que se trata de uma tecnologia bem mais amigável ao meio ambiente. A evolução dos monitores foi positiva nesse sentido. Saímos dos monitores de tubo, pesadões, onerosos ao meio ambiente para serem produzidos e comilões de eletricidade quando em funcionamento. Os monitores de LCD consomem bem menos energia. E, ao que parece, entraremos na era do OLED, com redução ainda maior de gasto de eletricidade.


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(1) Hoje eu questiono se essa atividade não é prejudicial ao meio ambiente, estimulando as pessoas a terem em casa seres que, muitas vezes, não são oriundos de criadouros legalizados, e sim retirados da Natureza, apesar das proibições legais.

(2) Em próximos artigos falaremos mais sobre a tecnologia do OLED, detalhando seu funcionamento.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Fusão a frio

Andrea Rossi
Sergio Focardi


Será mesmo possível? Teremos energia praticamente infinita a preço baixo, e sem agredir o meio ambiente?

A fusão a frio consiste na união de dois átomos para formar um só, em temperatura ambiente ou, pelo menos, não muito além da temperatura ambiente. Essa fusão de átomos produziria calor que, por sua vez , poderia ser convertido em outras formas de energia, como eletricidade. E tudo sem gerar subprodutos nocivos, sem emitir CO2 e sem o perigo de uma explosão nuclear.

Os reatores atuais funcionam pelo processo contrário, de divisão de átomos (fissão nuclear), liberando enormes quantidades de energia, mas liberando também elementos radioativos. E com a sempre presente possibilidade de um acidente nuclear, como já aconteceu em Three Mile Island (EUA), Chernobyl (URSS) e, mais recentemente, em Fukushima, no Japão.

A fusão a frio é, portanto, o sonho de muitos visionários. Mas é rejeitada como impossível por cientistas ortodoxos. Estes dizem que a fusão de átomos só é possível em altíssimas temperaturas, o que tornaria o processo inviável economicamente.

Martin Fleischmann e Stanley Pons, no ano de 1989, anunciaram ter conseguido realizar a fusão a frio. No entanto, os laboratórios no mundo alegaram que não conseguiam reproduzir o processo. Os dois cientistas desapareceram do noticiário. Alguns viram nesses eventos uma espécie de operação-abafa em nível mundial.

Mais recentemente, dois italianos, Andrea Rossi e Sergio Focardi, anunciaram que conseguiram realizar a fusão a frio, utilizando átomos de níquel e hidrogênio, gastando 400W de energia e gerando 1200W, um rendimento enorme!

O catalizador (E-cat) criado por eles está sendo preparado para a comercialização, segundo eles. Comercialização, já? O foco no lado prático talvez seja resultante do fato de que Andrea Rossi não é cientista, mas sim inventor. Ele parece ter partido de um paradigma completamente diferente para abordar a questão. Isso é bom sinal. Cientistas, quase sempre, são extremamente conservadores e se recusam a sair de seus velhos paradigmas, mesmo quando eles desmoronam.

site dessa imagem
Os dois pesquisadores não dão, ainda, detalhes de seu sistema, pois ainda estão em processo de efetivação das patentes internacionais.

Se tudo der certo, teremos uma fonte inesgotável de energia. Porém, há um porém. Sempre há um porém, como dizia o dramaturgo Plinio Marcos. Nada é perfeito. Se realmente conseguirmos produzir fusão a frio, geraremos uma quantidade de calor a partir de matéria. A energia que estava inerte, aprisionada nos átomos de níquel e hidrogênio, se transformará em calor. Isso guarda uma forte semelhança com o petróleo. Também no caso do combustível fóssil, trata-se de energia contida nos átomos e que é liberada. É verdade que, no caso do petróleo, há o agravante da liberação de CO2 na atmosfera. A fusão a frio não produz CO2. No entanto, teremos que lidar com o problema de calor produzido em quantidade, contribuindo para aquecer o planeta. Mas esse é um problema menor, que teremos condições tecnológicas de resolver. Que venha, pois, a fusão a frio!!


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Os meninos e a energia da Natureza


Dois meninos. Um negro e um branco. Ambos brilhantes. Ambos com propostas para utilizarmos melhor as energias renováveis do planeta.

O menino que domou o vento

O menino negro (hoje já com 25 anos) é William Kamkwamba, conhecido pela alcunha de "o menino que domou o vento". Nascido em Malaui, país centro-africano de 15 milhões de habitantes, em 2000 ele e sua comunidade passaram fome numa seca terrível. Ele não pôde mais frequentar a escola, e tinha que procurar raízes e restos para comer.

Não aceitando que esse destino fosse inevitável, William começou a frequentar a biblioteca comunitária de sua cidade. Lá encontrou livros sobre ciência, inclusive sobre motores e geradores elétricos. Um deles ensinava como construir um gerador eólico rudimentar, um moinho, para gerar eletricidade. O livro afirmava que, dessa forma, poder-se-ia bombear água. Isso despertou o interesse de William pois, com uma bomba d'água, ele e sua família poderiam escapar da seca e retomar a lavoura. "Então decidi construir um daqueles moinhos", conta ele.

Seus amigos e vizinhos o chamavam de louco. Diziam que ele havia "fumado muita maconha". Ele carregava peças e sucata para montar seu moinho, com ajuda de um primo e de um amigo. Não conseguiu peças para fazer a bomba hidráulica. Então optou por construir um gerador. Quando conseguiu acender uma lâmpada com seu "moinho de vento", parentes, amigos e vizinhos viram que ele não estava louco. Longe disso.

Pouco tempo depois, ele já havia coordenado a construção de mais geradores, que permitiram às pessoas carregar seus celulares. Além, é claro, da bomba hidráulica que permitiu a seu pai ter duas colheitas por ano.

O responsável pela biblioteca comunitária tratou de espalhar a história de William Kamkwamba e hoje ele é conhecido internacionalmente, tendo um livro publicado.

O menino da energia solar otimizada

O menino branco é o estadunidense Aldan Dwyer, de 12 anos, que projetou um sistema de distribuição otimizada de placas fotovoltaicas, baseado na distribuição das folhas das árvores. Aldan é estadunidense, e ficou famoso por sua descoberta.

De fato, as folhas das árvores têm uma distribuição tal que cada uma delas, mesmo as das camadas inferiores, conseguem captar o máximo de energia solar. A distribuição das folhas das árvores segue uma sequência algorítmica chamada sequencia de Fibonacci. Isso ocorre porque, ao longo de bilhões de anos, os espécimes vegetais com melhor distribuição de folhas receberam mais energia e geraram mais sementes, perpetuando seus gens.

A descoberta de Aldan foi apresentada por ele numa despretenciosa feira de ciências. Muito embora ele tenha cometido um erro na forma de medição da eletricidade produzida, ainda assim é fato que a distribuição de placas proposta por ele gera mais eletricidade por cm2 de placa.

Aldan prossegue, com ajuda de seus professores, a estudar sua descoberta que, até agora, provou ser extremamente eficiente na produção de eletricidade.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Energia é a chave para o futuro

Imagem: graur codrin / FreeDigitalPhotos.net

A espécie humana é única no planeta em muitas coisas. Para o bem ou para o mal. Uma das principais diferenças entre nós e os nossos irmãos animais é que nós construímos uma civilização extremamente dependente de energia.

Nós cozinhamos nossos alimentos, coisa que nenhum outro ser no planeta faz. Para isso precisamos de lenha ou gás. Nós nos locomovemos em veículos automotores. Para isso, precisamos de combustível, seja petróleo, biodiesel, etanol, eletricidade ou hidrogênio.

Em nossas casas, temos eletrodomésticos e eletrônicos que utilizam eletricidade. Tornamo-nos dependentes também dela. Quando acontece um blackout, ficamos desorientados e desconcertados, sem saber o que fazer.

Imagem: nuttakit / FreeDigitalPhotos.net
Então, quase tudo que nos torna humanos exige energia que extraímos da Natureza. Podemos extraí-la de forma inteligente, cuidando para não degradar o planeta em que vivemos. Ou podemos extorquir essa energia da Terra. Mas, neste caso, que nos preparemos para as consequências para nós mesmos.

A definição mais simples e básica de sustentabilidade é a seguinte:

Sustentabilidade é viabilidade ao longo do tempo.

Se nossa interação com o meio ambiente é sustentável, então é viável indefinidamente. Com isso, extraímos da Natureza uma energia renovável. Por exemplo, plantamos cana, produzimos álcool. A cana retira CO2 do meio ambiente, ajudando a combater o efeito estufa. Ao queimarmos o álcool em nossos veículos, o CO2 volta para a atmosfera. Mas na safra seguinte de cana, outra vez retiramos esse carbono do ar e o recolocamos nas fibras vegetais. É um ciclo, muito bem representado no famoso símbolo da reciclagem:

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Os ciclos como esse são fundamentais para a mantença do equilíbrio ambiental. O cenário ideal é o de uma energia que utilizamos, devolvemos ao meio ambiente e depois usamos novamente. Com o tempo, o petróleo deveria ser utilizado não mais para queimar, e sim para produzir fertilizantes, tecidos e plásticos. Quando chegar esse dia, toda a energia que utilizarmos será renovável.





quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Sacolas plásticas

Site dessa imagem
A lei municipal nº 15.374, que proíbe sacolas plásticas na cidade de São Paulo foi suspensa pelo Tribunal de Justiça. A iniciativa de pedir a suspensão da lei foi do sindicato das empresas fabricantes. Também ficou suspensa a determinação de que as sacolas apresentem texto indicando se são oxidegradáveis, oxibiodegradáveis, degradáveis, fotodegradáveis e biodegradáveis, ou qualquer outro tipo de indicação de benefício ao meio ambiente.

Com isso, fica mais uma vez adiada uma medida fundamental para melhorar a relação da cidade com a Natureza. Os lixões continuarão a crescer como montanhas de lixo e insensatez. O que mostra que, muitas vezes, o ser humano só se move quando a situação passa a ser desesperadora.

Alguns anos atrás, o então vereador ambientalista (hoje deputado estadual) Adriano Diogo tentou aprovar lei para alterar a composição das sacolas plásticas, para que elas se decompusessem quimicamente com o tempo. Era uma solução paliativa, já que a Câmara se recusava a aprovar qualquer lei que restringisse o uso das famigeradas sacolas. Pois a Câmara rejeitou a proposta, alegando que a decomposição química não era o ideal, que o correto seria trabalhar para, no futuro, abolir as sacolinhas. Mas esse futuro está demorando a chegar...

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A desculpa que muitas pessoas dão é a de que as sacolas não serão desperdiçadas, pois transformar-se-ão em sacos de lixo. Mas isso não corresponde à verdade. Boa parte das sacolas será JOGADA no lixo.

Os sacos de plástico viciaram a população. Você compra uma cartela de comprimidos na farmácia e o caixa a entrega a você num saquinho plástico. É absolutamente irracional.

Plástico é um material nobre, oriundo do petróleo. Os plásticos têm uma longa cadeia de carbono. Jogar plástico no lixo é um enorme desperdício de recursos que a humanidade comete nesses tempos de capitalismo predatório.
Nosso planeta é um dos menores do sistema solar. O espaço que temos é pequeno. Qualquer mudança de hábitos, para melhor ou para pior, se refletirá no meio ambiente, para melhor ou para pior. É tempo de rever nossos padrões de consumo.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Carro elétrico exige muita energia

Reva, o carro elétrico indiano - site dessa imagem
O debate sobre energias renováveis muitas vezes é amalgamado com o debate ideológico. É bom que isso aconteça, pois as pessoas têm seus conceitos, e não é correto alguém fingir que não os tem.

O debate sobre a Usina de Belo Monte foi um exemplo interessante em que alguns tentaram posar de isentos quando, na verdade, há diversos interesses em jogo. O carro elétrico, se adotado em massa no Brasil, exigirá a construção de cinco usinas iguais às de Belo Monte. É isso que impede sua adoção, ainda.

A questão, o dilema, é o seguinte: a geração hidrelétrica, mesmo sendo considerada uma energia sustentável, causará mais danos ou menos danos ao meio ambiente do que milhões de veículos movidos a petróleo?

Inevitavelmente, teremos que optar por outros combustíveis. O petróleo se tornará raro e caro. Melhor usá-lo para fabricar fertilizantes, tecidos, lubrificantes e plásticos, ao invés de queimá-lo. O país ganhará mais usando-o assim, tanto em termos econômicos como em termos ambientais.

Mas qual a energia que substituirá o petróleo? Com certeza, uma parte dela virá dos biocombustíveis. Como já frisamos aqui, o Brasil é o maior produtor mundial de biocombustíveis. E também o maior consumidor. Também aqui, temos que nos perguntar: mesmo sendo o biodiesel e o etanol combustíveis sustentáveis, não é ainda melhor usar eletricidade? Quanto isso custará?

Certamente, é muito mais caro (para o país e para o consumidor) utilizar o carro elétrico. Provavelmente também é mais oneroso ao meio ambiente. Tanto o biodiesel quanto o etanol, ao serem produzidos, retiram CO2 da atmosfera. A eletricidade não. Além disso, a produção de biocombustíveis gera, como subproduto, eletricidade!

O debate continua. Nos próximos meses, voltaremos ao assunto.