segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Fusão a frio

Andrea Rossi
Sergio Focardi


Será mesmo possível? Teremos energia praticamente infinita a preço baixo, e sem agredir o meio ambiente?

A fusão a frio consiste na união de dois átomos para formar um só, em temperatura ambiente ou, pelo menos, não muito além da temperatura ambiente. Essa fusão de átomos produziria calor que, por sua vez , poderia ser convertido em outras formas de energia, como eletricidade. E tudo sem gerar subprodutos nocivos, sem emitir CO2 e sem o perigo de uma explosão nuclear.

Os reatores atuais funcionam pelo processo contrário, de divisão de átomos (fissão nuclear), liberando enormes quantidades de energia, mas liberando também elementos radioativos. E com a sempre presente possibilidade de um acidente nuclear, como já aconteceu em Three Mile Island (EUA), Chernobyl (URSS) e, mais recentemente, em Fukushima, no Japão.

A fusão a frio é, portanto, o sonho de muitos visionários. Mas é rejeitada como impossível por cientistas ortodoxos. Estes dizem que a fusão de átomos só é possível em altíssimas temperaturas, o que tornaria o processo inviável economicamente.

Martin Fleischmann e Stanley Pons, no ano de 1989, anunciaram ter conseguido realizar a fusão a frio. No entanto, os laboratórios no mundo alegaram que não conseguiam reproduzir o processo. Os dois cientistas desapareceram do noticiário. Alguns viram nesses eventos uma espécie de operação-abafa em nível mundial.

Mais recentemente, dois italianos, Andrea Rossi e Sergio Focardi, anunciaram que conseguiram realizar a fusão a frio, utilizando átomos de níquel e hidrogênio, gastando 400W de energia e gerando 1200W, um rendimento enorme!

O catalizador (E-cat) criado por eles está sendo preparado para a comercialização, segundo eles. Comercialização, já? O foco no lado prático talvez seja resultante do fato de que Andrea Rossi não é cientista, mas sim inventor. Ele parece ter partido de um paradigma completamente diferente para abordar a questão. Isso é bom sinal. Cientistas, quase sempre, são extremamente conservadores e se recusam a sair de seus velhos paradigmas, mesmo quando eles desmoronam.

site dessa imagem
Os dois pesquisadores não dão, ainda, detalhes de seu sistema, pois ainda estão em processo de efetivação das patentes internacionais.

Se tudo der certo, teremos uma fonte inesgotável de energia. Porém, há um porém. Sempre há um porém, como dizia o dramaturgo Plinio Marcos. Nada é perfeito. Se realmente conseguirmos produzir fusão a frio, geraremos uma quantidade de calor a partir de matéria. A energia que estava inerte, aprisionada nos átomos de níquel e hidrogênio, se transformará em calor. Isso guarda uma forte semelhança com o petróleo. Também no caso do combustível fóssil, trata-se de energia contida nos átomos e que é liberada. É verdade que, no caso do petróleo, há o agravante da liberação de CO2 na atmosfera. A fusão a frio não produz CO2. No entanto, teremos que lidar com o problema de calor produzido em quantidade, contribuindo para aquecer o planeta. Mas esse é um problema menor, que teremos condições tecnológicas de resolver. Que venha, pois, a fusão a frio!!


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